segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O MEU NATAL

Quando era miúdo o Natal trazia-me a árvore
As luzes faziam-na crescer nas pupilas dos meus olhos
e ficava ali sentado mirando o presépio 
alcandorado em falésias inventadas. 
As figuras gélidas cruzavam ruas verdejantes de fofura, sem gestos
mas a adoração caia sempre no menino em palhas deitado.
Como magia cresciam presentes coloridos com o nome de todos
e na meia dependurada eu sabia que  estava o destino.
Meditava e ainda medito
no significado de tudo isto
nas emoções que sempre sinto
naqueles que já partiram juntando-os como dor no coração.
Algumas vezes a dor foi mais forte
mas as lágrimas lavaram a alma e repuseram essa calma
que hoje nos anos muitos divido com filhos e netos e alguns amigos.


Jorge d'Alte

Sem comentários:

Enviar um comentário