quinta-feira, 11 de abril de 2024

ERAM SINOS

Eram sinos a badalar
era a morte que gritava
entre a terra e o céu.
Eram toques fortes 
que encolhiam a criança
sem olhos para chorar
nem sonhos para engolir
Pai e mãe estavam a ir
e ela não tinha passos
fora pregada ao chão
era o seu mundo que ruíra.
Soube o que era a tristeza
a dor que se agudizava no seu intimo
Sem voz chamou cada um deles
esticou os braços sem abraços
beijou-os no silêncio do vento.
Alguém lhe deu a mão
fora uma mão suave numa voz doce
Soube nessa altura que teria um peito
alguém que a ajudasse a viver na saudade.



Jorge d'Alte

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