quinta-feira, 24 de outubro de 2024

A AMADA

Arde o sol enquanto escorrega para o horizonte
surge a lua em quarto minguante ofuscando estrelas
sobem as marés nas ondas de alvas espumas
pedem ao vento que as ajude que tragam as memórias.
E sentado na rocha limosa estou eu olhando o infinito
encharcado de saudades de ti a mais bela das moças.
Teu rosto que afaguei
teus lábios que beijei
teu corpo que amei
jazem ali na terra mole de tantas lágrimas que verti.
Rezo na dor
porque dói tanto?
Despedimo-nos no dilúculo de mãos agarradas
choveram palavras cheias de tudo que agarraram a voz
prometi que a encontraria um dia na porta dos céus
a nossa eternidade
pedi-lhe que não fosse
que me iludisse
que não desgarrasse a minha mão
pedi-lhe então com a cabeça enterrada no seu colo
que procurasse nas estrelas a minha mãe
lhe dissesse que a amava também que estava cheio de saudades.


Jorge d'Alte

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