Ainda agora a água lavava os vidros
enquanto o sol fugia para algures
locais remotos anidros
locais misteriosos cheios de agoures.
Comicham a alma de tenebrosos alquimistas
que tornam corações despenhados
vitimas infames de oportunistas
nas rezas e mezinhas por dez reis mal coados.
Num amor alcançado cobram por isso
feiticeiros sem feitiços, um escarro
quando a amada tem o compromisso
de amar sem amar e meter tudo no jarro.
Há olhos marejados na beira mar
olham bem fundo esse verbo amar
aprendizes de sonhadores
que como imberbes pescadores
pescam esse mel em lábios dados
caindo depois aos bocados
nas garras desses endiabrados amores
como imagens gatafunhadas cheias de cores.
Jorge d'Alte
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