quinta-feira, 15 de março de 2018

INCOMPREENSÃO

                    


A árvore sob o pano
estendia seus tentáculos.
Os olhos numa ilusão óptica
viam o vulto sem alma
tentáculos vergados
que se escapavam e floresciam
um rosto sem pormenor
sem qualquer traço de ter mudado.
Não tinha!
Sentia rebolar-se no gozo
atirou a gargalhada ao ar.
Todavia havia qualquer coisa mais
um novo motivo de satisfação
que ainda não compreendia.
Viram-no parar do lado de fora
olhando para cima e para baixo
como que para decidir em que direcção.


Jorge d'Alte

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