A barca negra
espera
no cais da
morte.
A alma
singela em passinhos curtos.
- Não entro!
- Quero o
metro porque enjoo.
Enfiam-lhe
asas – voa!
O corvo negro
saltita não de contentamento.
Aflito!
- Só voo na
TAP!
No
rés-do-chão a sombra negra abre a porta
do elevador.
(nervoso)
Olhos
procuram ver…
- Ainda não
fez a revisão! Não entro, não!
- Posso
morrer!
Negra sombra
ainda mais negra, (desesperada)
caminha
desgastada degrau a degrau.
….A luzinha
alva brilha lá muito em cima.
- Falta muito
para lá chegar?
Abre a
bolsinha, tira o big mac
procura a bebida
para empurrar…
…Santa
paciência! O negro desdita.
Ergue para
cima as covas do olhar
pega no
telemóvel suplicante: - Meu Deus!
- Posso
deixá-la ficar?
Jorge d'Alte
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