Ordenei à
razão, que parasse
a sua
cacofonia. Não quero saber!
grita o
coração e risca
a
perpendicular. Até aqui sou eu!
Tu és o ali,
o acolá!
Com faca de
talhante corta a eito
de cima para
baixo separando-me do peito.
Dependurada,
a razão pica
Vez o que
fizeste?
Tu coração és
cego
como farol
dum calhambeque.
Eu sou a
auto-estrada segura
onde nunca
ninguém se perde,
eu penso!
Tu apalpas,
caindo vezes sem conta
tropeçando a
cada instante,
numa qualquer
raiz…
Cala-te! Eu
sinto o que tu não vês,
tu vestes-te
de branco e preto
onde fica o
cinzento?
Tu és
quadrada e opaca,
no
translúcido eu sou a tua sombra
e esgueiro-me
como lebre,
por ente os
teus ponto final
e
interrogações. A minha trajectória
é a diagonal!
O sabor é esticado até aos limites,
sou como sol
e na minha gravidade
todos giram.
Estás louca é o que é!
A razão tem
sempre razão!
Por isso sou
perpendicular
o meu ângulo
é recto o teu é circular.
Enquanto
ferves nesse amor,
eu gelo o teu
calor e domino-te
como domador.
Que dizes?
Não venhas
com mansas falas!
Não te a trevas
a seduzir-me!
Está quieta,
não digas isso…
Eu sou a
razão! Mas tens razão!
Eu amo-te
coração!
Jorge d'Alte
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