Tangendo, a
corda soltou
um acorde de
notas insatisfeitas.
A clave caiu
com estrondo.
A barbárie
aconteceu.
Gritos eram
dardos arremessados
que espetavam
trespassando.
A névoa
toldou o espírito,
as sombras
caminhavam apressadas,
a vozita
prostrada soava aflita,
vendo o
sangue vermelho que brotava…
A fonte árida
e seca momentos antes,
jorrava
montes de esguichos
por onde a
alma se escapava.
A voz
movia-se no eco do silêncio,
o peito
amarfanhava-se
sacudido por
tosses convulsivas.
As mãos
enclavinhadas tentavam segurar
pontas de vida
num relógio quebrado.
As horas já
não corriam com o vento
os minutos
quedavam-se em cada arquejo,
areias
escaldantes deste deserto.
Os segundos
eram tudo no desejo.
Vieram os
anjos na sua alvura,
as trompas
tocaram a desdita,
o céu caía
sombrio cada vez mais perto
e a luz alva
invadiu o espírito.
Trouxe a
serenidade a esse rosto de menino
tantas vezes
inquieto,
levando na
volta, o seu sopro de vida.
Jorge D' Alte
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