Os ossos
sacudiram a terra,
despediram-se
agradecidos aos vermes.
Mãos
acariciam-nos com esperança.
- Seria isto
uma criança?
ADN envolto
na gaguez da idade
batas brancas
deixam as remelas do olhar
e criam!
Nasci do nada
sem berço de mãe
pergaminhos
de faces caídas me osculam com o olhar…
- Eis a
criança! Ufanizam.
Olho o meu
horizonte sem ar.
A gaiola que
acolhe a humanidade é translúcida.
Afinal o sol
sempre nasce!
- Tu e tu, a
voz fina questiona.
Os anos
milenares notam-se nas vozes roucas,
desgastadas
como seixos rolados em rios secos.
- Onde estão
as crianças como eu?
A vergonha
cai em egoísmos arrancados…
- Não há!
Somos
imortais e olvidamos esses primórdios.
- Serás tu
uma criança?
- Eu sou a
criança, mas não quero este mundo!
- Quero
brincar, aprender e sonhar!
- Porque me
criaste Pai?
ADN envolto
na gaguez da idade.
Batas brancas
recordam a vida que foram
e criam!
Nasci do nada
sem berço de mãe
rugas de
faces caídas me osculam com o olhar…
- Eis a
criança! Ufanizam
No éden, vivo
virgem num corpo em mudança…
No término do
dia, a lua dança e recorta a sombra.
- Eu sou o
homem e tu?
- Tu és lindo
nesse corpo que reluz!
- Tu és
linda, mas és diferente…
- Porquê esta atração, Pai?
Nasci do nada
no berço de mãe…
Jorge d'Alte
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