segunda-feira, 24 de agosto de 2020

AQUELA MIÚDA

 


Vejo um imbecil

sentado por aí,

não dá conta do tempo

do que se passa em redor

com cara de quem acaba

de levar, com um ferro de engomar na cabeça.

Talvez sofra de um sarilho com mulheres!

Está escuro como tudo,

chove, faz frio e em qualquer ponto do céu

ouço uma voz a chamar.

Não me preocupo muito,

pois penso numa miúda meiga,

tem tudo quanto se possa imaginar

e fantasiar.

Ela é a prece deste coração errante!

Porque não contar novas

da geografia desta menina?

Mediana, com curvas como ninguém viu

em nenhum compendio de geometria.

Olhos azuis profundos…

misteriosos…

que quando nos olha

faz-nos sentir cobras pela espinha,

acima.


Jorge d'Alte

 

 

 

 

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