Os
sinos não tocaram para lá da meia-tarde.
As
sombras tinham começado a comer o sol.
As
ruas silenciosas eram pasto dos insetos.
As
andorinhas flirtavam ganindo nos seus chilreios.
De
onde a onde o lume crestava chaminés fumegantes.
Afinal
havia vida esconsa recheada nos seus medos
As
janelas cerradas da aldeia alva ou de pedras graníticas
Guardavam
histórias dos tempos idos dos avós…
No
meu tempo quando era um moço a pandemia grassou
Roendo
peitos nas dores convulsas, criando corpos gelados por aí.
A fome
era vício, o pão molhado nas migas de vinho fino
Era
o atordoador das mentes orantes do Pai-Nosso-Avé Maria
Os
campos verdes e tratados eram silvados purgatórios do ganha-pão.
Aqui
e ali as vozes suplicavam a Deus e as pazadas de terra seca
Adivinhavam
o corpo que descia.
Jorge
d’Alte
Sem comentários:
Enviar um comentário