terça-feira, 24 de novembro de 2020

PARDOS

 


Gosto de ti porque sim.
O teu rosto assim assim,
parece goivado não na madeira 
mas sim,
no gelo de manhãs manhosas
não dormidas.
Mas és assim,
sem pingo de calor
num corpo de furor,
sem pevas de sorrisos,
como se fossem preguiçosos
no langor do faz de conta.
Gosto de ti porque sim.
Quando te recostas em mim
e me incendeias as peles,
te derretes no teu gelo
e murmuras o meu nome 
sem apelo,
vezes sem fim.
Por isso te amo mais
muito mais, do mais,
que me amo a mim!


Jorge d'Alte

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