quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A CANÇÃO DO BUZIO

 


Escuto a canção do buzio
O seu chamar sem pranto dorido
O tempo ali guardado e perdido
O rolar preguiçoso sem laivos de cio
Das ondas mortas sem destino.
A voz perdi-a no norte
Congelada, crua, sem tino
Talvez prenúncios da velha morte.
Sim!
O olhar sabia por fim
Que o altar da vida era uma simples canção
Entoada na madrugada e definhando na tarde sem cor
Nela cantei versos de amor, sofrimento e dor
Nela construi o meu mundo risonho em forma de pão.


Jorge d'Alte


 

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