quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

DESFEITO

 


Eu tive a forma de um pássaro,
que voou enfrente.
Minhas asas de anjo,
foram fogo num sol poente,
escrevendo desejos cálidos no céu
Coisas!
Memórias profundas, fechadas como um filho,
crescendo no madre ventre.
Em algum lugar, meu túmulo frio,
esconde ossos,
desfeitos
pela brisa dos tempos.
Desfeitos,
Sim, desfeitos!
Poeira!
Poeira e poeiras enquanto as histórias se vão,
lágrimas frias lamentando, deslizando para os dedos,
carcomidos, e o vento dos mortos enrola minha alma
E a carne desfaz-se, esboroa-se, enquanto eu, 
estou no céu como uma alma.



Jorge d'Alte
 

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