segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

ENFIM PAZ

 


Ela chorava sozinha
lágrimas de intensa dor
e chorando era tão bela
iluminada pelo alvor
da matinal névoa que a emoldurava
qual abraço de ilusão
soltou um grito de revolta
por tanta criança morta
em pedaços pelo chão....
Levantou alto os seus braçitos
no seu pranto no seu delírio
pediu poder de ressuscitar
pediu que fosse um mau sonho
que acordasse deste martírio.
Lampejando no espaço
ferro ardente encheu seu peito.
Seu rosto enegrecido outrora tão belo
apagou-se como luz que se esvaece
No seu peito um último arfar
nos seus olhos um último brilhar
Seus níveos lábios então gritaram
um último sussurrar....
Enfim Paz!


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