Julgava que a lua era minha
estava sempre onde eu estava
linda e pura de várias faces
conforme o humor que me acometia.
Alguns amigos diziam que a viam também
e com desdém dizia-lhes que eu a emprestara.
Também aparecia leitosa nas manhãs.
Essa era a lua dela branquinha como a sua pele
vestida de luar e embalada nas nuvens
que corriam como o nosso tempo.
De noite era minha enfeitada de estrelas brilhantes
e aí eu era Eu porque esta lua era minha
desde que nascera que a via ora ali ora acolá
por vezes fugia e eu indignado cerrava os olhos
a ver se ela vinha - mas não vinha.
Um dia cerrei os olhos tão apertados
que sonhei, e vi-a, não a lua galhofeira
mas a lua dela e saboreei o amor que encontrei.
Sorriso farto, lábios franzinos voz doce
Como não a amar se eramos lua a dobrar.
Hoje sei que a lua é nossa pois está onde sempre estamos
Já não é necessário cerrar os olhos nem jorrar lágrimas
vejo-a todas as noites, todos os dias, alvoradas e crepúsculos
e amo-a quando nos meus braços a beijo.
Jorge d'Alte
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