domingo, 21 de janeiro de 2024

NÃO QUERO QUE AMANHEÇA

Não quero que amanheça
pois a cor do dia vem varrer
a tua imagem da minha mente
traz-me luz onde quero escuridão
despe-me os desejos de ti
corrompe-me os sonhos.
Como sonhar se não te sinto
como beijar-te se não és estrela
como abraçar-te se és cor e não lua
como te amar se não encontro a tua voz
perco as palavras para ti
perco o teu calor e não te vejo.
Só te encontro quando o sol morre
e o crepúsculo me embala e adormece
e nessa solidão que me acontece
fecho os meus olhos ansiosos e Tu estás ali
tão viva e sorridente
tão emocional e abrasadora.
Sem passos vens até a mim
sem braços me abraças
sem mãos me afagas
e neste langor infinito
me despeço de novo
enquanto te desvaneces
na caliça da alvorada que te traga
e eu sofro.


Jorge d'Alte

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