terça-feira, 26 de janeiro de 2021

FRONDOSO SALGUEIRO

 Ao pé de um frondoso salgueiro

o meu coração em vão se esvai

triste desdita, ai sina  minha

pois tudo num dia se esfumara


O seu rosto lindo e trigueiro

olha-me em ternura que se vai

mas a alma doce que ela tinha

era amor em flor que me amara


Quanto tempo por aqui fiquei?

quantas lágrimas ali ficaram

humedecendo nesse solo árido

sonhos e sonhos qu'eu sonhara


Ai quantos anos triste voltei

quantos soluços se soltaram

quisera eu ter também morrido

ó dia maldito que me apunhalara


Tua ramagem outrora de menina

é agora copa fora de alcance

cresceste na vida como semente

e agora voas como ave errante


Tuas raízes cavaram uma mina

onde guardaste sonhos sem chance

toda uma amargura que se sente

neste local onde amor foi garante.

Jorge d'Alte 10.06.10





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