sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O JOGO

 



O corpo franzino corria pela bola
Os seus pés tinham sido talhados para a finta
Mas os olhos comprometeram-no
Logo quando estava na ponta do golo.

Francisca estava ali!

Parecia uma princesa dourada pelo sol.
Sua cara não tinha rosto perdido na contraluz
Mas sabia que era nele que os seus olhos marinavam.
Soltou o seu sorriso no folhado do impropério.
O apito gritou-lhe que o jogo acabara.

Correu rumo á luz
E aí colheu um beijo, uma taça cheia de amor 
onde guardaram o momento.
Ele fora como o tronco que enfrentara o machado,
Fora desbravado, moldado e polido pela vontade.

Percorriam a praia na meia tarde correndo atrás do vento
Percorriam o presente escorregadio conquistando o futuro.


Jorge d'Alte

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