sexta-feira, 31 de maio de 2024

DOCE MEL QUE UM DIA VI

Cartas que escrevi
a ti coração que amo
em letras pequeninas
não te fosse afugentar
pelo turbilhão de letras
frementes de emoção
hesitantes na sua união.
Escrevinhei o que me ia na alma
desde o dia em que te vi.
Descrevi os teus olhos doces
cheios desse verde dos campos
com laivos de centeio e trigo.
Nos teus lábios fiz um hiato
o tempo de memória para os sorver
rosados e macios cheios de surpresas
Então perdi a cabeça
e rendi-me nos teus braços
nas mãos que com pequenos traços me arrepiam.
Aqui sonhei que voava
como as gaivotas que buscam comida.
Os rodopios eram tantos que tonto me dei.
Já não voava
era céu
era estrela
era galáxia que me engolia.
Sorri quando abri os olhos
olhei os rabiscos que te escrevi.
Quis enviar-te a minha carta que vivi
mas afinal onde estás tu
doce mel que um dia vi?


Jorge d'Alte
 

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