sexta-feira, 31 de maio de 2024

SEM VIVÊNCIA

Tudo calado
tudo silêncio
nem a folha que tombou
germinou no som.

Os sentidos de lado
os nervos de néscio
o olho que lacrimejou
a voz sem tom.

Era um dia como tantos
cheios disto e daquilo
Afogado sem mar
um sufoco sem vida.

Algures haviam elas e eles, quantos?
Prometendo um futuro ao quilo
queriam mais do que dar
numa vivência perdida.

O futuro era sempre passado
num mundo do corrupio
tropeçavam porque não viam
sonhavam para sentir

Quando sentiam eram como o afogado
agarravam-se com dentes á alma num vazio
sem se perguntarem porque viviam
até que o tempo anunciava, era tempo de partir.



Jorge d'Alte

Sem comentários:

Enviar um comentário