O
som da música ritmava o seu ardor cada vez mais rápido cada vez mais desejado e
os seios dela cresceram duros de mamilos e a pele derretia-se numa cama de suor
ardente e gélido.
Agora cavalgava numa longa pradaria tendo como fito a montanha que crescia nos
seus olhos e dentro dele.
Sentiu as garras dela como falcão caçando no seu dourado corpo.
Sentiu o sangue correr nas veias como alimento.
Sentiu-o também brotar dos longos rasgos no seu dorso.
Voou com Ela siando no ar quente.
Rodopiou
em acrobáticas voltas e subia a montanha de novo numa cavalgada sem fim como
garanhão implacável.
No
alto atingiu o céu desfazendo esse leque de estrelas como pedra que atinge o
charco num xaile ondulado, num momento a dois que era dela e seu.
Fechou os olhos arrastado no gemido sem fim que lançou agarrado e foram como
sinos tocando badaladas de desejo.
O lago de suor era a sua cama onde nadava nos beijos.
Seus lábios eram
poesias sempre belas nas palavras.
O sol rasgava a madrugada cantando a boa nova dele e dela mas na caverna parca
iluminada os sonhos navegavam à deriva no sono.
Eram deuses no Olimpo e a Terra era deles.
O corpo corria atirando a sua sombra em todas as direções.
As mãos tentavam
agarrar o tempo que fugia como areia fina escorregando cheia de grãos de
emoções.
A
boca aberta arfava o cansaço que saia em lufadas de ar morno e húmido.
O
dia começara numa qualquer madrugada, mas era das sombras da noite que caia que
ele tinha medo, por isso fugia....
O Pai decretara a lei.
Chegara a hora do Pecado!
Nunca
mais haveria eternidade de vida no Éden, pois o pecado acontecera e para a
alcançar haveria nascer, vida, morte e eternidade....
Jorge d'Alte
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