domingo, 20 de setembro de 2020

ATÉ NEM ESTAVA MAL



 Até nem estava mal......

A chuva que caíra brilhava em gotas de sol resplandecente prismando cores diversas como pequenos múltiplos arco íris.
A árvore acenou barulhenta e resmungona com o açoite do vento até ali  alheado da sua natureza....
Só o mar continuava a sua canção de embalar enviando ondas e ondas como feromonas de acasalamento. 
Tentou encantar o meu animo e exitá-lo arracando-o da contemplação intima de mórbida auto comiseração.
Chorava no presente o passado desatando mais uma vez os nós apertados que o mantinha ali  como sempre autentico e doloroso. 
Uma imagem como faca dissecando-me por dentro expondo toda a minha vulnerabilidade e atiçando-me dores cruciantes....
Anos e anos de cenas semelhantes de um filme visto e revisto vívido e anestesiante esperando que o milagre acontecesse  por uma vontade morta e ossificada.
A onda de luz surgiu de repente inimaginável brilhante como nunca ,,,

( Etérea luz de brillho caminhante era eu mergulhado no de lá, sem som nem volume nem traços na poeira do caminho. A Luz era breu como breu fora a luz do espaço adornado de dourados pontos nomeados pelos sábios do antigamente. Viajava sem pagar- O passaporte fora-me dado sem saber....


Jorge d'Alte

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