Tristes são as manhãs de hoje
Em que o canto das aves
Dá lugar ao suspirar moribundo
De tantas crianças inocentes
deste mundo.
Ouvem-se gargalhadas caindo em
novelos
Sobre níveos ombros e negros
cabelos.
Brinca-se na mira com a criança
que foge
Abate-se seu peito em nome de um
mundo em que não cabe.
Fresco orvalho da manhã caindo
Pérolas lindas de um brilhante
alvor
juntam-se aos gritos das mães e
da dor.
Cobre-se do vermelho que se vai
esvaindo
Corpos mornos caídos outrora
viçosos
Agora gelados a apodrecer.
Quem eram estes moços?
Quem os amara?
Tanta dor a doer
Quando a fumaça das armas se
dissipara.
Era um dia ameno de risonhas
cores e o céu sereno
Quando um poder louco se abateu
Pleno de medo raiva e vontade.
Resta chorar, resta a saudade
E perguntar porque aconteceu?
Era um dia ameno
De risonhas cores e céu sereno
Quando as crianças então morreram
Plenas de vida sonhos e vontades
Resta só dor, restam saudades
E perguntar, porque morreram?
Jorge d'Alte
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