quinta-feira, 11 de junho de 2020

DEUSES




Há Deuses nos céus
Eternidades cruas sem rosto
Paraísos condôminos
Como obras de sete dias.
Anjos que perderam asas no vermelho
Anjos que são luz branca, que não se vê
Guardas que viram a cara
Da destruição eivada de negro.

Peões movidos por fios
Somos nós!
Risos parvos de imbecilidade
Movidos a belo prazer
Por uma qualquer divindade.
Choros de não sei de quê
Fés espalhadas em esperanças
Preces ajoelhadas para quem?
Chamam-lhe Religiões!
Arquitectas de um inferno
Debruado como éden.
Há Deuses nos céus
Pés de barro do Morfeu
Ao sétimo dia descansado.


Jorge d'Alte


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