Os olhos viram-na seguir direita ao elevador.
Que andar atraente,
que demônio de mulher!
Fechou a porta voltando à sala,
acendeu o cigarro tossicando,
recomeçou o passeio de lado para lado.
Que porra!
Sentou-se no sofá vermelho num pensamento
cor-de-rosa…
Viu-a de novo cintilante de fresca ternura,
desabrochante de candura
olhando enigmática para ele,
fluindo feromonas de
desejo e pejo.
Excitante ansiedade se apoderou dele,
e o monstro cresceu nele inflamado,
sondando a sua boca velada, que se abriu numa
auréola de luz.
No vazio que ficou, no oco de existir,
exalou a réstia corrosiva de amor.
E depois?
Vieram lágrimas salgadas; meu estupor porque te
vais…
Jorge d'Alte
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