Esqueletos,
rangem pingos de tristeza.
Pobres espetos,
tudo perderam nos alvos ossos - A beleza!
Já não olham porque perderam olhos
que não souberam ver.
Já não falam engoliram línguas - Molhos
de vozes deglutidas do querer.
Já não escutam esses sons dourados
que tiniam em murmúrios escorregadios.
Já não percorrem os escolhos arriscados
tirando à vida o gosto desses passos fugidios.
- A alma,
rolou no meio de lama,
transformou-se em lodo peganhento,
cresceram por dentro ervas de desespero
nesse campo agora nojento
desfeito e áspero.
Os corvos de negro vestido - vieram.
Rasgaram as carnes até aos ossos,
e chupados ali os deixaram,
dantescos colossos,
absoletos;
Esqueletos.
Jorge d'Alte
Sem comentários:
Enviar um comentário