O dia escorria nas frestas do crepúsculo
caindo para lá do horizonte
engolido pela noite
onde nasciam estrelas.
No catre onde jazia,
seu mundo era uma bolha de claustrofobia,
suas estrelas eram teias
seus vizinhos aranhas pretas,
seus pássaros borboletas
suas flores bolas de cotão
calcadas e ali perdidas, pelo chão.
O silêncio era a sua música
que ressoava na cabeça
vezes sem conta repetida.
Sua voz eram palavras rabiscadas com saliva
sua alma era poema
que sangrava na escrita,
de um coração triste,
aguilhoado.
Jorge d'Alte
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