sábado, 18 de julho de 2020

ESSE MUNDO CAIADO

 


 

Suplicas estranhas estalavam o verniz do orgulho,

arrastaram-se pelo chão de palha esmaecida, sem ruído,

esfarelavam-se pelas frestas rotas da madeira roída

ressoando indiferentes, como correntes que nada prendiam.

O peito arfava no sentido cismático da mágoa perda

arrepanhando os lábios do rosto, no seu desfigurar deixando,

rasgos profundos graníticos no que antes fora branco

esse mundo caiado que vestimos de sonhos e fantasias

tornando-o imenso, ilusório e cheio de nada.


Jorge d'alte

 


Sem comentários:

Enviar um comentário