O
ruído findara já, deixando as sirenes calarem-se.
O
fumo dissipava-se como ténues farrapos cinzentos
Sobre
a terra torturada.
As
vedações despedaçadas e as árvores de espantalhos negros
Vivazes
com a dor sufocada.
Tosses
de praguejos convulsionavam corpos curvados
A
dor da desdita e a morte passara mesmo ali ao lado
Nem
todos tinham tido essa sorte
Agarrados
num último beijo pregavam nessa cruz um último gesto de amor.
Dava
a impressão que por tempo incalculável a vida parara.
De
horizonte a horizonte a terra encharcada de negro esguichava sangue e dor.
O
céu desaparecera talvez consumido pelos fogos de labaredas tenazes e
predadoras.
Depois
tudo acabou e ficou o silêncio.
Mas
o silêncio era nota estranha que não possuía direitos
Fora
quebrado por queixumes, pela dor, pela súplica de água.
A
súplica, o chamamento, dilataram-se nessas horas de verão.
Haveria
trigo que nunca seria colhido
Árvores
que não voltariam a florir quando a primavera por ali passasse outra vez.
Bons
dias que nunca seriam dados nem risos de crianças.
Havia
nomes orgulhosos que eram agora mais orgulhosos.
Eram
os heróis!
Havia
outros escondidos por detrás das cruzes das lápides.
Eram
nomes esquecidos.
Havia
mãos malditas que espreitavam por de trás
Olhos
tresloucados que de novo acenderam o luar de fogo.
Eram
os coitadinhos…
Jorge
d’Alte
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