segunda-feira, 20 de julho de 2020

PASSAM








Passam apressados,
olhares esgazeados do stress.
Nem reparam que as suas sombras
ora vão à frente, atrás, ao seu lado.
Sorrisos sem cor, palavras sem som,
são ratos que furam, furam,
tentando encontrar o buraco para a sua ambição.
Para trás deixam os destroços dessa ganância,
como caganitas que empestam
e desafinam na hora da verdade,
em esganiçados maricas de quem perde.
Atiram na lama sempre renovada
as gerações, que cresceram como carneirada.
Votaram na cor, nos sorrisos, nos beijos e na palmada,
coitados! Esticaram o laço que tinham ao pescoço
e agora esbracejam sufocados, no fedor da miséria.


Jorge d'Alte




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