Quando eu partir, amor
e me for diluindo no teu pensamento,
deixa fugir o sorriso
que eu o beijo com fervor.
Não soltes o teu lamento!
Como pavão me iriso
e em cada cor da paleta sentirás,
o melhor do meu intimo.
Não sei para onde vou
que palavras gritarás,
até que cume chegarei, oh triunfal cimo!
Aí serei o que sou,
sem ventos que me roubem as palavras,
sem nevoeiros que ofusquem a lembrança,
sem grilhetas e mordaças,
que levem para sempre a esperança.
Gostaria de ter sido o teu herói,
de ter vencido o fantasma da morte,
de te ter podido dar a fortuna da eterna felicidade,
mas fui apenas mais uma alma terrena que sonhou,
e esse bichinho que rói e rói,
que me tornou num feliz consorte,
me levou até a ti sem vaidade
e te deu tudo o que de bom tinha, quando te amou.
Jorge d'Alte
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